Na semana passada, em pleno centro da cidade do Porto, eu e o meu colega estávamos a passar de carro perto do Bolhão, quando vimos uma senhora a aproximar-se da passadeira. Ele parou e qual não foi o nosso espanto, quando a senhora simplesmente decidiu passar por detrás do carro???
Outra situação foi mesmo há pouco e como sempre a Avenida de Gaia é fértil em situações caricatas. Uma senhora parou ao pé da passadeira e começou a atravessar, visto o carro ter abrandado. Porém, o carro não abrandou o suficiente, pois como a gozar com os simples mortais que andam a pé, passou devagarinho, passando uma rasa à tal senhora...
Não há mesmo respeito!
Tenho andado cada vez mais a pé (primeiro porque só me faz e depois de ter partido um dedo do pé, que remédio melhor?!) e como tal, é evidente que se repararam em coisas extraordinárias.
Olhei para o lado esquerdo, olhei para o lado direito. Do lado esquerdo não vinham carros nenhuns, do lado direito um carro estava parado ao pé da passadeira, à espera que os peões passassem. Que melhor oportunidade? Lá comecei a atravessar, qual não foi o meu espanto, que quando me aproximei da frente do veículo, ele desviou-se de mim e segui em frente???
Quer dizer, só deixar passar uma pessoa de cada vez??? Não e que fosse estar ali a tarde de toda...
Com tantas notícias de atropelamentos a peões, mesmo estes passando na passadeira, é incrível como há pessoas que atravessam fora dela e ainda se põem a olhar para o carro e abrandam o passo.
Foi tal e qual o que me aconteceu ontem. Estava a aproximar-me dos semáforos, quando estes passaram para verde e como é óbvio eu arranquei. Porém, dois peões que inadvertidamente já tinham começado a passar a rua de um lado para o outro, ao invés de acelerarem passo ao ver o carro aproximar, não. As senhoras decidiram, enquanto andavam a passo de caracol, olhar para mim, zangadas por eu no meu direito ter começado a avançar.
Estariam com medo que as atropelasse? Mas se fosse mesmo esse receio, talvez o fizessem na passadeira, que se encontrava as uns míseros metros de distância ou então esperavam que os carros passassem todos (sim, não é uma rua com muito movimento e só tem um sentido...)
Atravessar a rua sem prévios cuidados de segurança é uma infracção prevista no Código da Estrada a e sancionada com uma coima, mesmo que poucos saibam. Eu própria não o sabia... Adiante.
Portanto, atravessar na passadeira pode dar direito a multa, ou seja, o peão é obrigado a verificar se há condições de segurança antes de cruzar a faixa de rodagem. Senão o fizer, pode ser multado. É uma situação rara.
Mas o facto, além de dar a conhecer o código, é dizer que foi comprido em Beja.
Que é proibido atravessar com sinal vermelho ou fora das passadeiras (sempre que exista uma a menos de 50 metros de distância) não é novidade para a grande maioria dos cidadãos, embora o incumprimento esteja generalizado em Portugal.
Ora um peão de Beja foi multado por se ter precipitado para a passadeira, obrigando o condutor de um automóvel, que se encontrava a curta distância, a uma travagem brusca. Um agente de autoridade, que presenciou a cena, puxou do bloco de multas e autuou. Não o condutor, mas o peão.
Explicação:
- Artigo 101.º do Código da Estrada, que define os cuidados prévios de quem pretende cruzar a faixa de rodagem; passar o mais rápido possível e em linha recta e fazê-lo nas passagens especialmente sinalizadas para o efeito.
Além de ser obrigado a escolher os locais devidamente assinalados, sempre que existam, os peões devem certificar-se de que há condições de segurança para o fazer. "O peão não pode, só porque está na passadeira, atravessar de qualquer maneira", sublinha Almeida e Silva, do gabinete jurídico do ACP, in J. N.
Se o condutor deve moderar a velocidade sempre que se aproxima de uma passadeira, prevendo a possibilidade de um transeunte querer passar, quem circula a pé tem o dever de não avançar se a distância a que se encontra dos carros inviabilizar uma travagem segura. Quantificar esta distância de prudência é que não é fácil...
"Quando há um atropelamento numa passadeira, culpa-se sempre o condutor, mas, por vezes, a responsabilidade é do peão. Mesmo que se circule a 50 quilómetros por hora, imobilizar o veículo, em meia dúzia de metros, nem sempre é possível", explica o jurista.
Vamos a volores. Este tipo de multa varia entre dez e 50 euros, talvez um valor considerado como insuficiente para dissuadir as más práticas, apesar dos bolsos pequenos dos portugueses. Mais ainda porque os casos em que é aplicada são muito raros. Não são todos os dias que ouvimos ou lemos que esta lei foi aplicada...
Atravessar na passadeira sem acautelar as condições de segurança é uma infracção leve, já que os peões não podem cometer infracções graves ou muito graves (sancionadas com inibição de conduzir além da coima). O valor da multa é igual ao previsto para atravessar fora da passadeira e inferior ao que é devido por passar com sinal vermelho (entre os cinco e os 25 euros). Mais grave é criar embaraços ao trânsito (de 60 a 300 euros).
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